Por que nunca coloco datas nos meus poemas.
A reposta:
Na verdade,
Não quero saber dos
meus versos
Fazendo morada em
nenhum calendário.
Datá-los é decretar o
seu fim.
Como posso,
Se as histórias se
repetem
Dentro de mim?
Quero os meus versos atemporais,
Ligeiros e inconstantes.
Capazes de viajar
Capazes de viajar
Por uma década num
instante!
Há tanto passado presente
E nenhum futuro
previsto.
Perde-se a rota,
O Juízo,
A vergonha,
A compostura,
A retidão.
Tudo pode acontecer
No compasso da dança...
Sem música
Sem eira
Nem beira
De esperança.
Escrevo memórias no
presente
Quando o futuro
É só um sussurro debochado
Do tempo...
Ah, o tempo...
Esse fabricador de
passado.
Como é eficiente esse
operário!
Fabrica-a-dor numa
linha de montagem.
- Pois, então, tens
medo da morte?!
Me perguntaram.
Medo, não tenho,
Eu tenho é raiva
dessa senhora!
Atrevida!
Intrometida!
Vai me despertar do
sonho antes da hora.
-sueli gallacci
-sueli gallacci
Muito bem respondidas essas perguntas que lhe foram feitas, com direito a devaneios poetizados. Sua arte definitivamente não é só plástica.
ResponderExcluirMaravilhoso! Essa viagem pelo tempo, sem contar tempo, é tudo o que eu queria pra mim. Queria que a vida fosse assim, sem minutos, sem horas, sem datas... ficar a lembrar do passado ou torcer por um futuro que nem está pintando? Que nem sei se alcançarei? Em que data estará o futuro? Amanhã? Um ano? E lembrando... não quero um futuro tão próximo, pra quê? Pra receber aquela visita? Não, amiga, quero apenas o presente...
ResponderExcluirNão precisa datar seus poemas, deixe que eles digam o que quiserem através de seu coração. Só encontrei verdades nesse seu poema. Também não quero acordar... Pouco me importam as horas, o tempo.
Realmente você saiu melhor do que a encomenda...
Grande beijo, mandou tri!!!
Tais
Ah, menina, que interessante poema!
ResponderExcluirPerguntas que lhe fizeram e as respostas que possui expostas com ritmo, cadência, beleza e opinião (líquida e certa) numa construção poética!
Admiro muito pessoas que conseguem saber das suas coisas assim, tão seguras! Parabéns!
Bjsssssssssssss, quérida!
Sueli, que beleza de poema e se, por acaso, ele estivesse datado o que seria o dia, o mês e o ano diante de tamanha sabedoria?
ResponderExcluirBeijos
Olá Sueli,
ResponderExcluirBrilhantes respostas, poeticamente colocadas.
Adorei a referência sobre o tempo como "fabricador de passado".
Por outro lado, os poemas parecem sempre atuais. As emoções vividas são revividas, o que os tornam atemporais. Datá-los seria mais para registro de uma época.
Gostei demais!
Beijo.
Olá Sueli, bom dia!
ResponderExcluirSaibas que foi uma honra receber sua visita! Aproveito para dizer que gostei muito do "Respostas"; fostes de franqueza e clareza surpreendentemente objetiva. Meus parabéns!
Um abraço e volte sempre.
Até mais!
"Escrevo memórias no presente,quando o futuro é só um sussurro debochado do tempo" Perfeito!
ResponderExcluirE
Que essa senhora não nos interrompa na construção ou na leitura de um poema belíssimo, como o seu poema que acabei de ler agora.
Oi Sueli estou vindo do blog da Tais,para conhecer o seu espaço. Gostei Sempre te vejo por lá.Gostei muito daqui.
Um grande abraço.
Lindo o seu poema, Sueli!
ResponderExcluirJá eu gosto de lembrar onde estava quando escrevi, associar o momento ao pensado... Enfim, grande abraço e obrigado pela presença no ARQ&Poesia.
Adh
Sueli,
ResponderExcluirFantástico seu poema! Estou impressionada com tanto talento!
Enquanto alguns, intrigados, te perguntam porque não data seus poemas, eu humildemente pergunto: como faz para ser brilhante em tudo ao mesmo tempo? Nas artes, nas crônicas, nas poesias!!! Sou cada vez mais sua fã, encontro verdades profundas em seus escritos, ditas de maneira muito peculiar e exclusiva!
É um prazer vir aqui, sempre! Beijos.