“O sonho encheu a noite. Extravasou pro meu dia. Encheu minha vida e é dele que eu vou viver. Porque sonho não morre” (Adélia Prado)

1 de jun. de 2010

Ter um blog é diferente de blogar





ABRO ESTE BLOG contando para vocês como foi que eu aprendi a diferença entre ter um blog e blogar.

No ano passado eu tinha um blog, mas não blogava; lá postava minhas coisas, sem muita preocupação se alguém ia ler ou comentar. Não seguia ninguém, e nem saí “à caça” de seguidores como ando fazendo no meu atual blog “A Cor da Gente”. Não fiz, por que não me ocorreu fazer, simples assim. Apenas informei o endereço para alguns alunos e amigos, no mais, deixei-o à deriva. Ao acaso.

Mantive esse blog cerca de pouco mais de um ano. Durante esse tempo, algumas pessoas que me conheciam pelo nome, me encontraram na pesquisa do Google e passaram a me seguir e a deixar comentários nos meus posts. Um grande número de internautas e blogueiros anônimos a mim, também o fizeram. Recebia, e ainda recebo dezenas de e-mails gentis por causa desse blog.

Mas, não foi assim dessa vez: eu realmente busquei seguidores. E confesso que ando gostando do negócio. Não por vaidade besta, pois não vejo nenhuma vantagem nisso, mas pelo fato de que gosto de pessoas, de interagir, dividir experiências com elas.

Acontece, porém, que caí na besteira de postar algo muito pessoal, que, embora contrarie a opinião de muitos, é a minha verdade.

Vejam só, que ingenuidade a minha... Por achar que o blog é meu, eu poderia expor minhas idéias... Santa ignorância! Fui mal interpretada.

Não fiz nada de tão grave, não! Apenas critiquei um ato isolado de alguém que até reconheci se tratar de uma "pessoa do bem".

Tenho lido constantemente na internet verdadeiros ataques às atitudes dessa ou daquela pessoa, que só por não citar nomes, não deixa de ser um julgamento alheio.

Definitivamente eu não sei blogar!

Se soubesse, concluiria que neste “mundinho blogueiro”, o que é valorizado, na maioria das vezes, são posts vasios sem conteúdo que não nos conduz a nenhuma reflexão.

Mas...

Analisando agora depois de um tempo, e seguindo à risca os conselhos de Mário Quintana de “estudar à frio o coração alheio”, chego a conclusão de que é bem melhor assim: deixar tudo na base do superficial.

Por não ter nenhum pudor de confessar “eu não sei”, é que sigo aprendendo...

E aprendi outra coisa muito útil da qual eu jamais poderei esquecer, se desejo continuar participando desse mundinho: amigos virtuais não são amigos “reais” e não devem ser tratados como tal. É certo que todo amigo virtual pode chegar a saber muito sobre nós através de nosso site: o filme que mexe com as nossas emoções, a musica que marcou nossa vida, do que gostamos e não gostamos, e etc. Mas nunca, e de maneira nenhuma, chegará a nos conhecer verdadeiramente.

A nossa essência e o nosso caráter somente poderão ser revelados e reconhecidos pelo olho no olho, e na convivência do dia a dia. Nem mesmo as bonitas palavras escolhidas cuidadosamente têm esse poder.

Meu pai recitava um ditado que dizia: “O papel aceita tudo” – pois eu digo que a tela do computador, também!

Hoje eu sei que sou muito mais do que as minhas palavras e a foto no meu perfil revelam sobre mim. E que, fatalmente, todos tirarão suas próprias conclusões a meu respeito. Mas nunca chegarão a me conhecer de fato!