“O sonho encheu a noite. Extravasou pro meu dia. Encheu minha vida e é dele que eu vou viver. Porque sonho não morre” (Adélia Prado)

22 de dez. de 2013

Estamos combinados?






Papai Noel, neste Natal, ao invés de presente me traga paciência para usar com pessoas sem noção que aparecem no meu caminho. Me traga sabedoria para escolher as pessoas que eu deixo entrar na minha vida. E se mesmo assim eu errar nas minhas escolhas, que pelo menos elas saibam reconhecer e não sejam mal agradecidas. Me traga um punhado de esquecimento para eu começar o ano somente com lembranças boas. E se lembrar, me traga também umas folhas de arruda e um pouco de sal grosso. Sabe como é, né, Papai Noel, não tá fácil pra ninguém...

17 de dez. de 2013

Mais um Natal chegando...



Mais um dezembro chegou econ ele o 'espírito' do Natal. Seussímbolos, luzes e cores estão impregnados no ar. Impossível não respira-los...
 

Notável que não temos neve e mesmo assim o tempo parece congelar nessa época do ano. O comércio acelera, mas todos os outros setores ficam estagnados e as pessoas, focadas apenas nos preparativos para a celebração. Nem tentem procurar um novo emprego, uma nova casa, todo projeto de vida deve ser adiado!... Nem doentes podemos ficar, pois os médicos estão mentalmente ausentes a planejar as festas, as compras, as férias, a praia...

Em compensação, todos ficam mais sensíveis e solidárias nessa época do ano. Aqui em São Paulo formou-se um grupo de voluntários que saem pelas ruas da cidade na noite do dia vinte quatro distribuindo comida aos moradores de rua. Atitude nobre, mas fico pensando na fome que não obedece o calendário e se manifesta o ano todo. 
 

Essa crônica não é de maneira nenhuma uma crítica a quem comemora o Natal. Nada disso! Apenas um relato de como foi que deixei de acreditar nele.

As lembranças mais singelas que eu tenho do Natal vem da minha infância. Eu acreditei no Papai Noel até os nove anos de idade. Depois, meu irmão encontrou os presentes escondidos e acabou com a minha inocência. Mesmo assim, eu passava o ano inteiro esperando por esse dia, afinal, Natal era sinônimo de presentes, roupa nova, a casa cheia de gente (muita gente!) e era só o que me interessava. Eu nunca pensei que alguém muito importante tivesse nascido nesse dia. É claro que eu sabia quem era Jesus (ou achava que sabia). Nessa idade eu já tinha feito o catecismo, só que...

A ceia de Natal na casa da minha infância era repleta de convidados e a cada ano chegavam mais - 
para o desespero da minha santa mãezinha. Meu pai era um homem muito popular, hospitaleiro e todos apreciavam a sua companhia. Ele também gostava de gente e, bastava ser apresentado à algum parente do parente, ou amigo do amigo que lá ia ele convidar para passar a ceia de Natal na nossa casa.

É por isso que a lembrança mais marcante que eu tenho do Natal é de como minha mãe ficava cansada. Mal chegavadezembro e ela surtava, coitada! A árvore! O presépio! As guirlandas! Os presentes! A louça! O faqueiro! O peru!!!... Aquele peru branco, seco! Mas que não podia faltar. Ela tinha tanto com o que se preocupar e queria que tudo saísse impecável. Lembro-me de tê-la ouvido dizer certa vez: "Este ano não vou me desgastar tanto, todos vão  criticar de qualquer maneira..."
 

Quando me tornei adulta, passei a auxiliá-la nos preparativos e assumi toda a tarefa depois que me casei. Passei a ser a anfitriã oficial e ela a minha auxiliar. E foi assim até que um fato novo surgiu como um divisor de águas que tirou esse pesado fardo das nossas costas.

Eu comecei a estudar bíblia e descobri que Jesus não nasceu em dezembro. Os evangelhos não revelam a data do seu nascimento, mas com toda certeza não foi em dezembro. Em contraste, a data da sua morte é descrita na bíblia com detalhes: o
dia, o mês, o ano e até a hora!  

Por qual motivo – passei a me perguntar. Certamente porque essa, sim, é uma data importante. Portanto, deve ser lembrada e até comemorada, por que não? Afinal, ‘ele morreu para que todos tivessem vida’, diz a bíblia. E para morrer, primeiro ele tinha que nascer. E mais: o próprio Jesus pediu que nos lembrássemos desse dia e instituiu um modelo de comemoração a ser imitada, mas que nada tem a ver com a nossa Páscoa. Celebrá-lo a cada ano nos moldes que Jesus ensinou é manter vivo na memória aquele dia e enfatizar o quanto somos gratos pelo seu sacrifício resgatador.

Na medida que avançava no meu estudo, mais coisas fui descobrindo. O presépio com os três reis magos, por exemplo: a bíblia não revela quantos eram, poderiam ser dois ou dez. E eles não eram reis de coisa nenhuma, eram apenas astrólogos. E, quando chegaram com os seus presentes, meses haviam spassado desde o parto de Maria e a família não estava mais numa estrebaria e Jesus não era mais um recém-nascido.


Essas descobertas me deixaram admirada, mas chocada eu fiquei com a descoberta da tal estrela que guiou os astrólogos até Belém
aquela que é colocada na ponta da árvore de natal e não pode faltar na representação do presépio. Muito sacana aquela estrela, que primeiro guiou-os até Herodes que desejava desesperadamente descobrir o paradeiro da criança para matá-la.  Seria aquela estrela do bem ou do mal? Um ‘milagre’ de Deus, o Pai da criança?! Hoje estou convicta que não. 

Um dia contei à minha mãe tudo que tinha descoberto sobre o Natal. Ela ouviu atentamente e quando terminei, me perguntou:
"Está me dizendo que por todos esses anos nos desdobramos para comemorar um acontecimento e o fizemos no dia errado?!" rsrs. Disse a ela que fizemos pior do que isso, atribuímos relevância a algo que nunca existiu. Tínhamos vivido uma mentira. 

Naturalmente minha mãe quis saber de onde surgiu toda essa tradição natalina e eu também queria saber. Parti para pesquisas e o que descobri foi ainda pior. Desencanto total que me fez desistir dele definitivamente.
 

Passei a me sentir desconfortável ao comemorar uma data ancorada numa farsa bem arquitetada pela igreja em decadência do século VI. Mesmo cientes que as escrituras não revelam a data do nascimento de Jesus, arquitetaram um plano para atrair povos pagãos que já homenageavam seus deuses no dia 25 de dezembro, com bacanais, fartura de comida, bebida e degradação total, em Roma e muitos outros lugares. O Natal, nos moldes que conhecemos hoje é coisa recente, inventada pelos norte-americanos para conter a violência original e, lógico, incrementar o comércio. 

Sem considerar as verdadeiras origens do Natal, eu me pergunto o que será que Jesus pensa dessa festa, assim mesmo como se apresenta hoje. Será que se sente homenageado ao ser elegido o aniversariante dessa farsa? Ele, que se mostrou tão verdadeiro, humilde e imaterialista quando andou aqui pela terra, será que ele aprova? Gostaria de saber...  

Não nego que ainda curto esse feriado, principalmente quando ele cai na quarta-feira e podemos emendar com a semana toda. Ainda passo os Natais com a minha mãe como tem sido por toda minha vida. A casa dela lá no sítio ainda fica cheia de 'convidados', afinal, minha família cresceu muito. Entretanto, seu único ‘preparativo’ é encomendar a carne fresquinha para o nosso churrasco - feito pelos homens. Essa nossa 'festa' acontece em qualquer feriadão do ano. É a nossa celebração da união em família, com amor, saúde, harmonia e paz.
 

E o meu único preparativo é fazer as malas. Muito bom!



3 de out. de 2013

AMARGA (IN)DECISÃO




 - Sueli Gallacci

- Ascenda a luz – pediu ela.
- Já está acesa.
- Que pena... Gosto de olhar nos teus olhos quando tenho um pedido especial a fazer...
- Não faça isso comigo – implorou ele. A voz saiu num sussurro quase inaudível.

Ele já esperava por aquele pedido, entretanto, não se preparou para ouvi-lo. Decidiu em seu íntimo que esta seria a primeira vez que não chegariam a um acordo.

Ela insistia no pedido: argumentou que o tempo não era um inimigo invencível para ele, podia vencê-lo. Ele desejou não ouvir mais nada. Seus argumentos eram inaceitáveis. Mais do que isso, estava impedido de aceitá-los.

Ele calou-se. Afastou-se dela e foi se sentar numa cadeira distante uns quatro passos. Cobriu o rosto com as mãos e chorou mansinho para não ser ouvido.  Ela chamava por ele entre um gemido e outro. Eram mais agudos agora. As palavras fragmentadas, a respiração cortada.

- Será o nosso segredo... eu lhe juro – disse ela, com um sorriso débil.

Ele esfregou a manga do jaleco no nariz num frenesi dolorido e silencioso. Puxou pela memória, tinha que buscar forças naquelas palavras... Eu juro, por Apolo médico... nem remédio mortal, nem um conselho que induza a perda... O Juramento de Hipócrates. Ele era tão jovem e despreparado naquela época. Nunca imaginou que um dia, lembrar-se daquelas palavras significaria sua própria salvação. Palavras que recitou segurando o riso com os colegas, na euforia da formatura. Agora, tinha que lembrar-se delas, e, no entanto, tudo que lhe vinha à lembrança eram os cabelos dela – fartos e lustrosos. A imagem dela, linda, dançando pra ele na sala de estar. Sua silhueta curvilínea. Suas mãos perfeitas de dedos longos. Dedos de pianista, dizia ele. Ele nunca soube por que ela escolheu ser bailarina e não pianista. Sentia ciúmes da sua profissão. Suas pernas à mostra o irritava. Sentia ciúmes do jeito que ela inclinava a cabeça para o lado quando sorria. Quando entrelaçava os dedos na mecha de cabelos que insistia em deslizar pela testa. Tantas vezes desejou que ela não usasse aquele perfume que marcava sua presença em todos os lugares. Onde está o aroma do seu perfume agora?... O éter impregnado por toda a clínica o matou.

Talvez não tenha sido boa ideia transferi-la para sua própria clínica. Devia tê-la deixado no hospital aos cuidados dos seus colegas. A rapidez do agravamento da doença deixou-o desnorteado. Sentia-se como um sonâmbulo impedido de raciocinar. A verdade era que, em todos esses anos, nunca conseguiu recusar um pedido dela. Mediante a vontade dela, equipou sua clinica às pressas com todos os recursos disponíveis. Quantos dias haviam se passado desde então? Três? Quatro?... Ele não sabia, ainda não havia dormido. Vinha-lhe ministrando doses maciças de analgésicos para neutralizar a dor. Agora, entretanto, o remédio não surtira efeito.

Em seu íntimo também desejou trazê-la para a clínica. Planejou em meio ao desespero ficar às sós com ela. Mantê-la acordada enquanto ela suportasse – não pelas perguntas que deixou de fazer, elas nada mais significavam: era pelas palavras não ditas, trocadas por gestos que não chegaram a dimensionar o seu imenso amor. E depois, nada mais faria, a não ser olhar para ela até se esgotar o tempo...

As palavras dela lhe pareciam mais urgentes agora, mas nenhuma nota de fraqueza ou medo: somente coragem e determinação.

- Tome a decisão certa para nós dois... não adie mais... liberte-nos...

Ele aproximou-se da cama, tomou a mão dela entre as suas e disse:

- Tudo bem, meu amor. Vou fazê-la dormir.

Com passos dementes, caminhou até o armário onde guardava os medicamentos. O curto trajeto lhe pareceu a coisa mais custosa a fazer em toda sua vida. Ao alcançá-lo, evitou olhar sua imagem refletida no vidro. Abriu a porta bem devagar. Apanhou o pequeno frasco de rótulo amarelo e segurou-o na palma da mão. Permaneceu imóvel por alguns instantes, apenas olhando-o fixamente. Experimentava de um intenso combate interior.  O tempo: ele abominava aquele poder sobre o tempo. O desprezível poder de declarar vil sentença.

A seguir, recolocou-o de volta e apanhou outro.

12 de set. de 2013

A Enjeitada




Sim, eu exagero quando conto uma história. Eu aumento mas não invento. Afinal, que graça tem em narrar um fato sem nosso tempero pessoal? Porém, pode ser que a vida nos surpreenda com acontecimentos que já são histórias prontas, não cabe nenhum acréscimo: são naturalmente exageradas e extravagantes.

Tudo começou quando estávamos construindo essa casa e meu marido apareceu com uma bacia sanitária enorme, quadradona. Eu olhei para aquilo e pensei que qualquer pessoa que sentasse alí seria engolida facilmente. E pra piorar, a dita-cuja era verde.  Não um verde qualquer, era um verde que ficava entre o horroroso e o medonho.  Claro que eu sabia que aquilo era sobra de obra de algum cliente de péssimo gosto, mas aceitei a coisa quando ele me disse que era para a área de serviço. Além disso, já tínhamos esgotado nossa cota do dia de brigas por causa da obra. Voilà. Um motivo a mais para eu passar longe da área de serviço.

Não nego que aquela 'coisa' me incomodou por todos esses anos, agora, entretanto, tinha um bom motivo para me livrar dela: o banheiro necessitava de reparos.  

Eu disse 'me livrar'?... Não foi bem isso o que aconteceu.

A verdona indecente foi parar na garagem depois de substituída por uma branquinha linda, design moderno e tudo mais. Nos dias que se seguiram liguei para operação bota-fora do condomínio para vir retirá-la, mas fui informada que não retiravam apenas uma peça. Então, apelei para o tio Google e encontrei uma loja de materiais usados de construção. Liguei e ofereci-a gratuitamente. Um rapazinho com uma voz irritante me disse “não aceitamos coisa das intimidades dos outros, não senhora”. Tentamos, eu e meu marido, quebrá-la em pedacinhos e esconder os cacos dentro do lixo para o lixeiro levar. Quem disse que conseguimos? Parecia de aço a maldita!

Os dias foram passando e o caso parecia sem solução. Tínhamos que arrumar um lugar para a coisa verde, mas onde? Eu não aguentava mais vê-la na minha garagem como se fosse um troféu pela nossa incompetência.

Foi num surto de brilhantismo que tive uma grande ideia. Combinei com meu marido que sairíamos naquela madrugada pelo condomínio à procura de uma obra. Obras têm caçambas e era dentro de uma que iríamos desovar a coisa.

Saímos de casa às 2h da madrugada com a bacia no porta-malas. Rodamos por várias ruas até que avistarmos uma obra, e viva! Tinha uma caçamba!... Com uma montanha de entulho muito além do que ela suportava!

Meu marido desligou o motor do carro, desceu a rua em ponto-morto e estacionou ao lado da caçamba. Abriu o porta-malas silenciosamente, pegou a enjeitada, e, num sacrifício extra-humano se esticou feito um homem elástico, mas conseguiu colocá-la em pé no topo da 'montanha'. Estava formada a cena mais esdrúxula que eu já tinha visto em toda minha vida! Quando ele saiu com o carro, dei uma olhadinha pra traz e juro que imaginei uma braçada de rosas vermelhas dentro dela. Antes o excêntrico do que o patético.

Quase chegando em casa, eu disse: “temos que voltar e tirar aquilo de lá”.

Não seria educado da minha parte escrever aqui o que ele respondeu, mas insisti que tínhamos que voltar: “não podemos deixar lá, vi cortinas na janela... talvez seja só uma reforma, deve ter gente morando... Já imaginou amanhã cedo quando os donos da casa acordarem e der de cara com...”

Não terminei a frase, pois bati com a cabeça na manobra radical que ele fez ao retornar.

Ele guiava de volta calado, mas eu não parava de falar: “Tive outra ideia... Ela é verde, não é? Verde é o que mais tem aqui... Vamos desová-la na mata! Vai ficar bem camuflada, como não pensei nisso antes?”

Chegamos tranquilos à reserva de mata que escolhemos para cometer o delito. Visto não haver casas por perto, podíamos fazer barulho à vontade. Tratava-se de um terreno em declive, ótimo para lançar a coisa lá de cima que rolaria o mais longe possível.  Você só precisa de boa mira para acertar um corredor entre as árvores, evidente que não disse isso a ele.

Meu marido mais uma vez tirou a bacia do porta-malas, carregou-a até uma boa distância e começou a fazer o balanço para pegar impulso ao lançá-la. Foi no terceiro balanço que eu gritei Espera!!!

Ele soltou-a no chão e por centímetros não atinge o seu pé. A situação carecia de uma argumentação rápida da minha parte: “Não podemos fazer isso... E se ela atropelar um macaquinho?”

“Macacos dormem em árvores” – disse ele, impaciente. “E esquilos, também” – acrescentou adivinhando meus pensamentos.

“Mas, tem os nhambuzinhos, tadinhos... Tão bonitinhos...”

“Nhambus dormem nos ninhos entre as pedras” .

“Tem os lagartos! Eles dormem entre as folhas secas. E se for uma fêmea com filhotes?... Lagartos amamentam?” 

CHEGA!!! – gritou ele, furioso.

Ele socou a bacia dentro do porta-malas com tanta força que pensei que fosse vazar. De volta pra casa eu ainda o convenci que devíamos abandoná-la num terreno baldio mesmo. Argumentei que quando o proprietário fosse desmatar para construir, daria um fim digno a ela.  

Encontramos um terreno perfeito, no fim de uma rua sem saída. O ritual da madrugada se repete: sair do carro, abrir o porta-malas, retirar a coisa... Dessa vez me antecipei a ajudar, precisava limpar a minha barra.

Uma luz ascendeu na casa em frente. Como numa coreografia ensaiada, rapidamente nos agachamos atrás do carro. Alguns minutos depois estávamos sentados no chão.  A luz continuava acesa e nós lá: eu, ele e a bacia no meio.

Não há nada pior do que brigar com o marido na base do cochicho“vai pro inferno, amor” “ah, vai você, paixão”.

Ele me acusou de ser a causadora daquela confusão: disse que não precisávamos trocar a bacia. Confessei que desde o inicio odiei aquela aberração verde-limo. “É verde-musgo!!!” – grunhiu ele entre os dentes.

Não entendo que qualquer coisinha à toa seja motivo para o casal partir para uma DR. (discutir a relação) 

A DR já tinha atravessado os anos e chegado ao inicio de namoro quando, de repente, olhei pra ele e o vi abraçado à bacia numa intimidade absurda! Não aguentei e explodi numa gargalhada!

Tratamos de sair correndo dali antes que alguém ligasse para a segurança do condomínio vir averiguar o 'carro suspeito' estacionado na rua em plena madrugada.

Quando chegamos em casa, o céu se azulava num novo amanhecer. Os passarinhos soltavam os primeiros piados em acordes. Talvez estivessem rindo da nossa cara.

Na garagem, meu marido transferiu a bacia para o meu carro e disse apenas 3 palavras: “vire-se com ela!”.

Isso aconteceu há uns 2 meses, e desde então, ela passeia comigo onde quer que eu vá. Se nada mais der certo, vou plantar Amores-perfeitos coloridos nela e colocá-la bem no meio do meu jardim. Depois, vou sair por aí espalhando que sou discípula de Marcel Duchamp...